A "Bonnie e Clyde" dos Países Baixos
Enise Merve B. (21), que passou duas semanas a roubar os Países Baixos com o seu companheiro Antonio van der P. (27) em fevereiro de 2014, foi condenada em recurso a 12 anos de prisão. A decisão foi tomada pelo tribunal de Leeuwarden na quarta-feira. A duração da pena é igual ao pedido da acusação e à pena que B. já tinha recebido no ano passado.
Enquanto o seu advogado Peter Plasman estava presente no tribunal na tarde de quarta-feira, a própria Enise B. não estava.
Segundo o tribunal, Enise teve um papel ativo no crime e houve uma cooperação estreita e uma preparação conjunta. O seu papel na violência não é, portanto, inferior ao do seu parceiro. "A arguida agiu de forma inconsciente e não teve qualquer empatia para com as vítimas", afirmou o tribunal.
Bonnie e Clyde
B. e o seu companheiro seguiram um rasto de violência por todo o país e mantiveram os Países Baixos sob cerco durante quinze dias. A dupla acabou por ser detida após uma enorme caça ao homem num hotel em Schwerte, na Alemanha. Graças aos seus actos de violência, a "dupla de gangsters" foi apelidada de Bonnie e Clyde.
B. já tinha sido condenada a 12 anos de prisão no ano passado, o seu namorado António a 16 anos. Enise entrou em recursoA sua amiga não o fez.
Confissão
B. confessou quase todas as infracções de que foi acusada. Apenas a tentativa de homicídio de uma mulher em Meppel foi contestada perante o tribunal, uma vez que o seu namorado terá alegadamente esfaqueado essa mulher. O tribunal considera todos os actos cometidos pelo casal como "intercambiáveis" e considera B. também responsável pelo esfaqueamento.
Em Meppel, os dois assaltaram uma casa ao acaso. Durante o assalto, a moradora da casa chegou a casa, tendo sido amarrada e agredida pela dupla. B. terá batido na cabeça da mulher com uma frigideira e Van der P. esfaqueou-a três vezes na virilha quando esta se recusou a dar o seu número de identificação pessoal.
Desiludido
O advogado Peter Plasman disse estar "desiludido" com o veredito. "Tínhamos uma expetativa diferente em relação a este recurso", afirmou. Plasman ainda não quer dizer se vai recorrer para o Supremo Tribunal. "Para isso, tenho de estudar primeiro este acórdão".